O município de Joanópolis, Serra da Mantiqueira, é considerado um manancial de águas, possui importantes nascentes e a represa do Sistema Cantareira com espelho d’água de aproximadamente 50km²...
Ler maisO município de Joanópolis, Serra da Mantiqueira, é considerado um manancial de águas, possui importantes nascentes e a represa do Sistema Cantareira com espelho d’água de aproximadamente 50km², além disso, orgulha-se de manter uma das maiores reservas de mata nativa do Estado. Cercada pelas altas montanhas da Serra do Lopo, alterna-se entre vales e morros por onde correm riachos formando exuberantes cachoeiras. A história de Joanópolis tem origem nas antigas rotas de bandeirantes e desbravadores que se dirigiam a Minas Gerais, existindo menção dessa região já em 1749. No entanto, a fundação oficial aconteceria em 1878, quando no pequeno bairro chamado Curralinho, no município de Santo Antônio da Cachoeira, foi realizada uma Festa para São João Batista (24 de junho) na qual foi decidido erguer uma capela dedicada ao santo, também escolhido como padroeiro da nova cidade que pretendiam construir. Assim recebeu o nome de São João do Curralinho. São João por seu padroeiro e Curralinho por situar-se em uma colina rodeada de montanhas como se fosse um curral de montanhas. Joanópolis significa Cidade de João e pode ser considerada a cidade que nasceu de uma festa, na qual se apresentam caiapós, congadas, moçambiques, violeiros, shows, quermesse e muita festividade em homenagem ao seu padroeiro. Dessa forma, desenvolveu-se até os dias de hoje, sendo a caçula das Estâncias do Estado de São Paulo. Sua economia é voltada para a agropecuária e o turismo.
Esta pequena cidade com forte miscigenação portuguesa, indígena, africana e, mais tarde, de outros europeus, não poderia deixar de possuir um rico folclore...
Ler maisEsta pequena cidade com forte miscigenação portuguesa, indígena, africana e, mais tarde, de outros europeus, não poderia deixar de possuir um rico folclore, com inúmeras lendas e assombrações. Porém, nesse universo folclórico, composto por mulas-sem-cabeça, boitatás, mães do outro, iaras, curupiras, destaca-se a figura do lobisomem. Em Joanópolis as histórias de lobisomens sempre superaram em muito as de outras personagens. Esses “causos” eram os prediletos para serem contados ao pé do fogão à lenha em dias chuvosos, no balcão da vendinha de sítio e até mesmo nos velórios. Sempre se falou, e ainda se fala, desse personagem. Em 1983, a folclorista Maria do Rosário de Souza Tavares de Lima, natural da cidade e membro da Escola do Folclore de São Paulo, transformou em livro o lobisomem da região, com o título “Lobisomem: assombração e realidade”. Graças ao livro, em Joanópolis e nas redações de alguns meios de comunicação, foi grande o alvoroço em torno dessa figura que renascia não mais nas encruzilhadas, mas na discussão do dia a dia. E o lobisomem marketing evolui. Surge um grupo de amigos da lobomania, confeccionando camisetas, adesivos, produzindo noites do lobisomem no clube local, e fundando a Associação dos Criadores de Lobisomens. A proposta não é mostrar um lobisomem mau, mas uma figura simpática, que incorpora diversos elementos culturais e com muita informação sobre o passado. O seu lado fera foi incorporado aos esportes radicais, na preservação da natureza e na divulgação das tradições da cidade.